sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Resenha: Alif - O Invisível
Título: Alif - O Invisível
Autor: G. Willow Wilson
Editora: Fantástica Rocco
Ano: 2015
Número de Páginas: 352
Nota: 9/10
Um livro que é uma mistura muito bem feita entre fantasia, religião, tecnologia e aventura. Essa é uma brevíssima definição do seu conteúdo. E posso afirmar que ele é incrível!
Não sei vocês mas eu amo livros que me apresentam uma nova cultura, uma nova concepção de mundo. É simplesmente maravilhoso! E é exatamente isso que este livro me apresentou, tratando de assuntos como mitologia árabe (que eu nem tinha conhecimento que existia), religião muçulmana e o mundo digital do ponto de vista de um hacker; Alif - O Invisível traz às pessoas que o leem mais do que somente mais uma história de aventura, traz cultura e aprendizado sobre o nosso próprio mundo.
O livro narra a história de um hacker que utiliza em seu trabalho cibernético o apelido de Alif, ele tem 23 anos e vive em uma cidade do Oriente Médio que é comandada por um Emir, que nada mais é que um líder da realeza. Convivendo com a desigualdade social, ele e outros garotos de sua idade se rebelam contra o governo através de ataques hackers.
Até aqui dá para ver onde a história vai acabar, mas para ajudar, ou piorar, Alif é apaixonado por Intisar, uma menina da realeza que é sua namorada em segredo. E que um belo dia termina com ele dizendo que seu pai a prometeu em casamento a outro homem, e assim ela vai embora. Mas antes de sumir da vida dele ela entrega um livro de presente, chamado Alf Yeom.
De coração partido, cheio de raiva e com um livro, que aparentava ter mil anos, Alif estava completamente desesperado. E é assim mesmo que a história do livro começa. A partir da raiva e de querer fazer sua ex-namorada sumir da vida dele, ele cria uma programa de computador que a anula na rede de internet para ele, de modo que ela nunca mais consiga enviar uma mensagem a ele - nem se criar um e-mail falso. Este programa acaba por ter a função de reconhecer a identidade digital da garota simplesmente por sua "personalidade virtual", e é tão complexo que nem o próprio Alif consegue entende-lo, e acaba se tornando uma ferramenta extremamente poderosa na mão de quem obtive-la. E é claro que o governo descobre e tenta a todo custo prender Alif e pegar seu programa.
Assim começa a fuga de Alif, que conta com a ajuda de sua vizinha, e amiga, Dina e um personagem um tanto místico chamado Vikram. E é a partir daqui que o mundo real e o mundo fantasioso se misturam. Vikram é uma espécie de Djin, Djins são o que também conhecemos como Gênios (Lembra do Gênio do filme Aladim?). E é Vikram que mostra que o livro que Alif carrega é um objeto muito poderoso na mitologia árabe, o qual pode mudar o destino de todos, e por isso muitos seres invisíveis ao mundo real estão a sua procura e farão de tudo para te-lo em mãos.
Fugindo tanto do governo quanto dos Djins que querem o livro, Alif embarca em uma aventura bem maluca, mas que prende o leitor até o final.
E como disse anteriormente o livro é muitíssimo bom, e ao mesmo tempo que agrada pela história nos traz, enquanto é narrado, conhecimentos sobre: O mundo digital em si, como por exemplo, termos de programação de computadores que te fazem querer saber mais sobre esse mundo. Os costumes muçulmanos o qual é explicado em inúmeros trechos do livro, o que me encantou pois eu conheci a partir desse livro, detalhes de uma religião rica em história (como podem perceber eu tenho uma paixão por outras culturas). E o livro também nos traz a mitologia árabe, que acaba se misturando a narrativa do livro de forma tão natural que nem parece fantasia, e sobre a qual gostei tanto que fiquei pesquisando depois para conhecer suas histórias.
Por fim, dedico uma parte desta resenha para falar sobre como conhecer as outras culturas nos torna mais sábios, e principalmente mais tolerantes com o próximo. Um livro que proporciona a fuga da ignorância, é sempre uma arma contra o preconceito e a violência. Mesmo que seja só um livro infanto-juvenil de fantasia. E talvez se todas as pessoas se interessassem em ler e entender sobre como as outras sociedades vivem, e respeitassem suas formas de pensar, o mundo seria um lugar perfeito para se viver.
Quem sabe um dia não é mesmo?
Espero que tenham gostado da resenha!
Até o próximo post.
Mari.
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